O kambô é uma resina retirada de uma perereca que vive na Amazônia, a Phillomedusa bicolor.
Essa resina contém peptídeos analgésicos e de fortalecimento do sistema imunológico que provocam a destruição de microrganismos patogênicos.
E ela é usada como se fosse uma vacina por nativos da Amazônia.
A aplicação é realizada sobre a pele e transportada rapidamente para todo o corpo pelos vasos linfáticos.
Os índios indicam a vacina para qualquer distúrbio e desequilíbrio, afirmam que purifica o sangue eliminando as impurezas, mas quem não tem nenhum sintoma usa o kambô para reforçar a imunidade.
Foram os índios catuquinas que deram à resina extraída da Phillomedusa bicolor a denominação de kambô, também podendo ser chamada de kampum ou kempô dependendo da tribo indígena.
Ela é usada pelos indígenas para prevenir e curar doenças.
O curandeiro guarda a secreção da perereca numa espátula de madeira gerando pequenas queimaduras na pele, com um pedaço de cipó (titica) em brasa, aplicando a secreção nas queimaduras.
O efeito da “vacina do sapo” – como é popularmente conhecida – é curto, porém muito forte.
Ocorre uma forte onda de calor, que sobe pelo corpo até a cabeça.
A dilatação dos vasos sanguíneos parece provocar uma circulação mais veloz do sangue, deixando o rosto vermelho.
Em seguida a pessoa fica pálida, a pressão baixa, podendo provocar náuseas, vômitos e/ou diarreia.
Esse processo dura cerca de 15/20 minutos, com uma sensação muito desagradável, mas aos poucos a pessoa retorna à normalidade.
Em seguida a pessoa se sente mais leve, como se tivesse feito uma boa limpeza, presenciando uma maior disposição.
Pesquisas científicas vêm sendo realizadas sobre as propriedades da secreção da Phylomedusa bicolor desde a década de 80 ou antes.
Os primeiros a “descobrir” as propriedades da secreção para a ciência moderna foram os pesquisadores italianos.

Amostras das pererecas foram levadas do Peru para um pesquisador nos EUA que já tinha pesquisado e patenteado anteriormente substâncias da rã Epipedobates tricolor, utilizada tradicionalmente pelos povos indígenas de Equador.
Também foram publicadas pesquisas sobre as propriedades da secreção por pesquisadores franceses e israelenses.
Mais recente, a Universidade de Kentucky (EUA) pesquisou (e patenteou) uma das substâncias encontradas na secreção em colaboração com a empresa farmacêutica Zymogenetics.
Resultados surpreendentes
As pesquisas revelaram que a secreção da Phyllomedusa bicolor contém uma série de substâncias altamente eficazes, sendo as principais a dermorfina e a deltorfina, pertencentes ao grupo dos peptídeos.
Esses dois peptídeos eram desconhecidos antes das pesquisas com a Phyllomedusa bicolor.
Dermorfina é um potente analgésico e deltorfina pode ser aplicada no tratamento da Isquemia (um tipo de falta de circulação sanguínea e de falta de oxigênio que pode causar derrames).
A secreção do kambô também possui substâncias com propriedades antibióticas e de fortalecimento do sistema imunológico.
O uso desse medicamento indígena está proibido pelas autoridades brasileiras.
Mas, devido ao sucesso no tratamento de várias doenças, está se propagando internacionalmente, principalmente na América do Sul.
Hoje o chileno Daniel Valdés não tem dúvidas sobre o efeito que o veneno da rã amazônica kambô teve sobre ele na primeira vez que o tomou.
Mas a princípio ele tinha dúvidas.
Depois de dois anos de pesquisas sobre o assunto, e sofrendo de depressão após um divórcio, decidiu tentar.
"Apliquei (o remédio) e minha história mudou", disse o chileno à BBC.
Ele repetiu a dose outras 20 vezes.
Mas não é tão simples assim: Em Pindamonhangaba, interior de São Paulo, um homem de 52 anos morreu após a aplicação da vacina.
Ainda não se sabe se o kambô realmente pode envenenar e até mesmo matar quando aplicado incorretamente por gente despreparada.
O objetivo desta matéria não é recomenda o uso do kambô, mas apenas mostrar um tratamento tradicional da medicina indígena da Amazônia.
Fonte: http://medicinasdafloresta.blogspot.com.br
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