A ansiedade é terrivelmente democrática: atinge crianças e adultos, independentemente do sexo.
A questão é que pessoas mais maduras podem expressar melhor suas emoções.
Então, neste caso, fica mais fácil resolver o problema.
Mas e quando estamos falando de crianças?
Como podemos identificar e combater a ansiedade infantil?
Se seu filho sofre com problemas estomacais, dores na cabeça e ansiedade, muita atenção!
É claro que ninguém desenvolve transtorno sem motivo algum.
A ansiedade surge depois de algumas experiências ruins – na maioria das vezes, a causa está em casa ou na escola.
O trauma provoca mudança de comportamento, humor e hábitos alimentares.
Além disso, a vítima passa a sofrer com a insônia.
De acordo com a Associação de Ansiedade e Depressão da América (ADAA), a taxa de ansiedade na infância e na adolescência está aumentando.
Os transtornos de ansiedade afetam atualmente 25,1% dos jovens entre 13 e 18 anos nos Estados Unidos.
Isso acarreta não só um boletim vermelho na escola como também dificuldade em manter relacionamentos.
Há alguns sinais que podem ajudar a identificar o problema.
Segundo o psiquiatra Veena Ahuja, muitas vezes, dores vêm junto com sintomas depressivos e ansiedade.
Para os especialistas do Centro de Educação e Apoio à Resiliência Ansiedade Infantil da UCLA (CARES), John Piacentini, Ph.D., e Lindsey Bergman, Ph.D, há três áreas que devem ser observadas.
Confira:
1. sinais emocionais de ansiedade em crianças
- Choro frequente
- Hipersensibilidade
- Irritação sem qualquer razão clara
- Medo anormal de errar
- Ansiedade extrema durante os testes da escola
- Ataques de pânico
- Fobias e medos exagerados
- Preocupação com coisas que estão em um futuro distante
- Pesadelos frequentes sobre a perda de um pai ou um ente querido
- Distrações com medo ou preocupações
- Pensamentos obsessivos ou comportamentos compulsivos
- Birras
2. Sinais comportamentais de ansiedade em crianças
- Constantemente pergunta “e se?”
- Evita participar de atividade com a turma
- Permanece em silêncio ou preocupado durante o trabalho em grupo
- Dá desculpas para sair da escola
- Permanece isolado no recreio
- Evita situações sociais com colegas depois da escola ou nos fins de semana
- Muito emotivo ou irritado quando se separa dos pais ou entes queridos
- Procura constantemente a aprovação de amigos, pais e professores
- Desiste antes de tentar
3. Sinais físicos de ansiedade em crianças
- Reclama de dores de cabeça ou dores de estômago, muitas vezes
- Não vai comer lanches ou almoçar na creche ou na escola
- Recusa-se a usar banheiros, exceto em casa
- Fica distraído, hiperativo ou inquieto (mesmo sem um diagnóstico de TDAH)
- Sua e treme diante da novidade
- Os músculos estão constantemente tensos
- Tem dificuldade para dormir
O doutor John V. Campo trabalha no Instituto Psiquiátrico Ocidental e na Clínica do Centro Médico da Universidade de Pittsburgh, Estados Unidos.
Ele diz que um dos principais sintomas de ansiedade infantil é a dor no estômago, que também pode indicar depressão.
Em estudo de abril de 2004, publicado na revista Pediatrics , o dr. Campo e sua equipe de pesquisa analisaram registros médicos de 80 crianças e adolescentes.
Enquanto 42 tinham dores de estômago crônicas, os outros 38 não tinham nenhum.
O que eles descobriram merece atenção:
81% do grupo com dor de estômago (especialmente os que tinham 12 anos ou menos) ou tinham distúrbios de ansiedade ou depressão.
79% das pessoas com dores estomacais crônicas sofriam de um transtorno de ansiedade – geralmente transtorno de ansiedade de separação, transtorno de ansiedade generalizada ou fobia social.
43% das pessoas com dores estomacais crônicas foram diagnosticadas com alguma forma de depressão (31% das quais tinham depressão grave).
Os transtornos de ansiedade geralmente começaram aos 9 anos (ou seja, cerca de três anos antes do início das dores de estômago).
Em comparação com o outro grupo, as crianças com dores estomacais foram significativamente mais propensas a ter problemas comportamentais e serem perturbadoras nas aulas.
Um estudo de fevereiro de 2015, publicado no Korean Journal of Pediatrics, encontrou uma ligação entre dores de cabeça com depressão e transtorno de ansiedade.
Os pesquisadores analisaram 720 crianças e adolescentes entre 7 e 17 anos de idade que visitaram uma clínica de neurologia pediátrica por causa das dores de cabeça e depois foram encaminhadas para uma clínica psiquiátrica pediátrica.
Com base nas evidências, eles sugeriram que as crianças e adolescentes que experimentavam dores na cabeça fossem acompanhados por profissionais para ver se realmente sofriam de algum transtorno emocional.
Dezenove pacientes tiveram dores de cabeça e escores totais clinicamente significativos para sintomas psiquiátricos.
A média de idade no diagnóstico de cefaleia foi de 11,7 anos e 57% eram do sexo masculino.
A duração média da cefaleia foi de 11,5 meses.
8% dos pacientes foram diagnosticados com transtornos psiquiátricos, incluindo depressão maior (1,7%) e transtorno de ansiedade generalizada (1,1%).
Se isso estiver acontecendo com seu filho, o que fazer?
A Associação de Ansiedade e Depressão da América recomendasete coisas que pais e avós podem fazer em casa para ajudar a criança. Veja:
1. Preste muita atenção aos sentimentos e palavras do seu filho.
A demonstração pode ser sutil, então você precisa ter sensibilidade para perceber.
2. Quando seu filho ficar ansioso, faça de tudo para acalmá-lo.
Se você mostrar nervosismo, as coisas só vão piorar.
3. Reconheça e elogie pequenas conquistas
Pode parecer clichê, mas as pequenas coisas podem fazer a maior diferença.
Às vezes, um episódio de ansiedade pode ser remediado por uma explosão de positividade na vida de uma criança.
4. Não puna todos os erros nem a falta de progresso
Todo erro é uma oportunidade de crescimento, então às vezes a punição é uma medida exagerada.
5. Seja flexível
Uma rotina saudável é baseada no diálogo.
6. Modifique as expectativas durante períodos estressantes
Nem tudo vai sair sempre como planejamos, então ter um plano B e saber lidar com as frustrações é muito importante.
7. Planeje os imprevistos
Por exemplo, se seu filho demora muito para se arrumar e ir à escola, procure acordá-lo mais cedo, a fim de evitar o estresse do atraso.