Comer ovo é bom para a saúde?
Alguns dizem que sim.
Outros dizem que não.
Mas a discussão agora não é essa.
Vamos falar do processo de produção de ovos em escala comercial.
Uma galinha de capoeira, a que é criada no quintal, livre e solta, põe de 10 a 15 ovos por ano.
Mas as galinhas de granja têm sido intensivamente criadas para pôr entre 250 a 300 ovos por ano.
Este processo industrial de produção gera um grande sofrimento.
Quer saber tudo?
Leia o artigo a seguir, transcrito do site Camaleão.org.
Ovos: O que você está realmente comendo?
Nas galinhas o ovário é um aglomerado de óvulos em desenvolvimento, ou gemas.
Os ovários humanos também contêm óvulos em desenvolvimento.
Na mulher um óvulo maduro é expelido do ovário uma vez ao mês.
Se o óvulo for fertilizado, ele se adere à parede do útero e começa a formar o embrião
Se o óvulo, não for fertilizado ele é eliminado através da menstruação, um processo que exige um grande esforço do corpo feminino.
Nas galinhas, no entanto, o ciclo de formação e passagem (pela coacla) dos ovos é indiscutivelmente ainda mais exaustivo fisicamente, especialmente em galinhas poedeiras atuais, que em sua maioria foram modificadas geneticamente para terem uma produção maior, e que foram criadas com rações específicas para produzir quantidades de ovos anormalmente mais altas ainda.
Quantos ovos as galinhas põem?
De fato, o processo de formar e expelir um ovo requer tanta energia e trabalho que na natureza galinhas selvagens põem apenas de 10 a 15 ovos por ano.
Seus corpos jamais sustentariam o esgotamento físico de pôr as centenas de ovos que as galinhas poedeiras foram forçadas a produzir através de manipulação genética.
É um equívoco comum pensar que as galinhas estão sempre apenas “dando” ovos naturalmente, porque as galinhas modernas [as de granja] têm sido intensivamente criadas para pôr entre 250 a 300 ovos por ano.
Mas na natureza galinhas, como todas as aves, só põem ovos durante a temporada de reprodução – comumente na primavera – e apenas ovos o suficiente para assegurar a sobrevivência de seus genes.

Ovos são pintinhos mortos?
Tecnicamente não, uma vez que os ovos vendidos para consumo humanos não são fertilizados.
Mas a indústria de ovos mata milhões de pintinhos recém-nascidos a cada dia: mais de 260 milhões são mortos todo ano apenas nos Estados Unidos.
Nas incubadoras que suprem galinhas para fazendas de ovos em sistema intensivo, pequenas fazendas e criadores de fundo de quintal, pintinhos-macho são selecionados e mortos logo após o nascimento, sendo jogados vivos em maceradores gigantes, intoxicadas com gás, ou deixadas para sufocar em sacos de lixo e lixeiras.
Porque pintinhos machos nunca irão pôr ovos e não são a raça vendida para consumo de carne (a raça utilizada para a carne de frango tem sido geneticamente manipulada para ter muito mais músculos e carne do peito), eles são considerados inúteis para a indústria dos ovos.
Então são tratados como lixo.
Destruir pintinho machos é uma prática padrão na indústria dos ovos pelo mundo.

Até os mais rigorosos programas “humanitários” de certificação de rotulagem nos EUA – “Certified Humane”, “American Humane Certified” e “Animal Welfare Approved” – permitem a matança de pintinhos-macho nas incubadoras para o suprimento das fazendas de ovos com galinhas poedeiras.
O processo de trabalho intensivo de formação de desenvolvimento de ovos
Leva de 24-26 horas para uma galinha formar um ovo internamente.
Uma vez que a gema esteja completamente formada, ela é liberada do ovário para o oviduto, um longo e contorcido tubo feito de cinco diferentes sessões: o infundibulum; o magnum; o ishtmus; o útero e a vagina.
Cada uma destas sessões é como uma “estação ao longo de uma linha de montagem” (conforme a indústria vê o animal como máquina) e é responsável por um estágio específico da formação do ovo.
O VÍDEO ABAIXO CONTÉM CENAS FORTES, QUE MOSTRAM O SOFRIMENTO DE ANIMAIS – COMO OS PINTINHOS MACHOS – PROPORCIONADO PELA INDÚSTRIA.
SÓ ASSISTA A ELE SE VOCÊ ESTIVER PREPARADO(A) PARA SABER TODA A VERDADE.
Trato reprodutivo da fêmea de frango
A primeira parada é no infundibulum, uma porção muscular do oviduto, com 7,5-10 cm de comprimento, que engole o óvulo, ou gema, liberado do ovário.
O óvulo permanece no infundibulum por 15-18 minutos e é lá que a fertilização iria ocorrer se a galinha acasalasse com um galo.
No entanto, ovos vendidos para consumo humano não são fertilizados (a maior parte das galinhas poedeiras nunca sequer tem a chance de acasalar).
O próximo estágio do desenvolvimento ocorre no magnum, a maior sessão do oviduto com 33 cm de comprimento.
O óvulo, ou gema, permanece no magnum por 3 horas enquanto a albumina, ou “clara”, é adicionada.
A terceira parada é no ishtmus, uma porção de tecido estreita, onde as membranas interna e externa da casca do ovo em desenvolvimento são adicionadas em um período de 75 minutos.
O estágio mais longo para a produção de um ovo ocorre no útero.
É aqui que a casca é depositada ao redor do ovo, o que leva 20 horas ou mais. Cascas de ovo são feitas majoritariamente de carbonato de cálcio, e para cada casca produzida a galinha precisa mobilizar 10% do cálcio armazenado em seus ossos. Este é o principal motivo pelo qual galinhas poedeiras são tão comumente afetadas com osteoporose, a constante produção de uma quantidade anormal de ovos leva a depleções massivas de cálcio em seus corpos.
A última parada na produção do ovo é a vagina.
Este é o local onde um fino revestimento de muco, chamado de cutícula, é adicionado à casca.
A vagina também empurra o ovo através da coacla, local por onde compartilham a saída da urina, fezes e ovos.
Ovos e o impacto de “botar” na saúde das galinhas
As taxas anormalmente altas de esforço excessivo, exaurindo suas energias para a produção de ovos, que as galinhas modernas são forçadas a manter significa que, mesmo em fazendas pequenas e criações de fundo de quintal, galinhas são prisioneiras dentro de seus próprios corpos.
A superprodução de ovos é responsável por inúmeras doenças em galinhas, incluindo frequentemente doenças fatais associadas ao aparelho reprodutor; osteoporose e outras fraturas ósseas; e, em alguns casos, total paralisia do esqueleto, algumas vezes referido como “caged layer fatigue” (fadiga da camada enjaulada em tradução livre).
Osteoporose e fragilidade óssea decorrentes de quantidades anormais de ovos postos são também agravadas pela falta de exercícios: mais de 95% das galinhas poedeiras nos EUA passam suas vidas inteiras confinadas em baterias de gaiolas tão pequenas que elas não podem sequer abrir as asas.
Quando chegar a hora das galinhas “irem” ao abatedouro, aos 18 meses até 2 anos de idade, seus ossos das asas e das pernas estão frequentemente repletos de dolorosas quebras, fracos, fraturados.
Fonte da matéria: Camaleão.org