Como o brasileiro geralmente não tem o hábito de incluir esses alimentos no cardápio, a ciência agora oferece as substâncias na forma de cápsulas, solução oral e shake. “A fórmula é feita segundo a análise do paciente. Trata-se de um produto personalizado. No caso de um portador de osteoporose, que não consegue absorver as substâncias dos alimentos, sugerem-se nutracêuticos manipulados, que podem reunir cálcio, magnésio, vitaminas K e D”, explica a médica ortomolecular Diana Campos.
Os nutracêuticos também concentram geralmente ingredientes bioativos como fibras, lactobacilos, substâncias antioxidantes (como licopeno e flavonóide) e gorduras do tipo ômega-3, consideradas benéficas para o sistema cardiovascular. “Apenas devem ser produzidos nas farmácias de manipulação as substâncias que têm embasamento científico. Durante a fabricação, as cápsulas são feitas respeitando a quantidade que o paciente precisa para restabelecer a saúde”, destaca o farmacêutico Leandro Medeiros, do centro de pesquisa da Roval.
Diante das semelhanças, é comum os pacientes apresentarem dúvidas sobre a diferença entre os nutracêuticos e os polivitamínicos. “As vitaminas são um tipo de nutracêutico, pois servem para tratar ou prevenir doenças sem efeitos colaterais”, diz a farmacêutica Fabíola Lima, do departamento técnico da Pharmapele. De acordo com ela, entre os nutracêuticos mais solicitados, está o policosanol. “Trata-se de álcool extraído da cana-de-açúcar, que passou a auxiliar o tratamento de redução dos níveis do colesterol ruim, o LDL”, acrescenta Fabíola.
Os nutracêuticos são coadjuvantes porque podem ser administrados com o fármaco que mantêm uma doença sob controle. Estudos mostram que o consumo regular dessas substâncias ajuda a combater doenças como obesidade, diabete, osteoporose e câncer. “Para pacientes oncológicos, por exemplo, são indicadas aquelas com propriedades antiproliferativas, capazes de restaurar o sistema imunológico”, assegura Diana Campos.
Não existem restrições em relação às faixas etárias, desde que os médicos levem em consideração a história clínica, as limitações e as preferências do paciente. Para crianças e idosos que têm dificuldade em engolir comprimidos, indicam-se os xaropes à base das substâncias. No caso dos atletas, os shakes são as alternativas mais requisitadas. “Os nutracêuticos em pó concentram doses maiores de vitaminas e aminoácidos. Assim, pacientes que necessitam de uma maior dosagem evitam o consumo de várias cápsulas de uma só vez”, avisa Diana Campos.
*Fonte: Jornal do Commercio, Recife, 12/8/2007.