Estudo: remoção de apêndice aumenta em 3 vezes risco de mal de Parkinson

Quem diria que o apêndice, aquele órgão que aparentemente não exerce função nenhuma em nosso corpo, estaria ligado ao mal de Parkinson?
Pois tudo indica que está.
Um recente estudo sugere que aqueles que têm o órgão removido em consequência do apendicite correm um risco três vezes maior de desenvolver o mal de Parkinson.
Para quem não conhece, apendicite é definida como inflamação do apêndice, um pequeno órgão localizado na base do intestino grosso.
A cada ano, cerca de 300 mil americanos têm seu apêndice removido, geralmente por esse motivo.
Enquanto isso, a doença de Parkinson, uma condição neurológica debilitante originada no meio do cérebro, atinge cerca de 200.000 por ano nos EUA.
O Parkinson pode levar à deterioração de todas as funções cerebrais e à morte prematura.
Para a realização do estudo, foram coletados dados de mais de 62 milhões de pacientes nos EUA.
Cientistas da Case Western Reserve University e University Hospitals Cleveland Medical Center descobriram que 488.190 deles tiveram seus apêndices removidos.
Desses, 4.470 foram eventualmente diagnosticados com Parkinson – cerca de um por cento do grupo de apendicectomia.
Agora, pesquisadores se perguntam se esta descoberta vai lançar luz sobre as origens do mal de Parkinson e do elo entre o cérebro e o intestino.
Eles acreditam que uma proteína em particular, a alfassinucleína, pode desempenhar um papel na relação entre o apêndice e o mal de Parkinson.
“Pesquisas recentes sobre a causa do Parkinson se concentraram na alfassinucleína, uma proteína encontrada no trato gastrointestinal no início do Parkinson“, diz o Dr. Mohammed Sheriff.
“É por isso que cientistas de todo o mundo têm procurado no trato gastrointestinal, incluindo o apêndice, evidências sobre o desenvolvimento da doença.”
Sabe-se que aglomerados de alfassinucleína, chamados corpos de Lewy, se acumulam no cérebro e intestino de pacientes com Parkinson.
Acreditando que os corpos de Lewy começam no intestino, os pesquisadores esperam que eles possam descobrir uma maneira de impedir que esses corpos viajem até o cérebro através do nervo vago.
Esses estudos levaram muitos especialistas a acreditar que o apêndice, por muito tempo considerado um órgão supérfluo, pode realmente desempenhar um papel na prevenção do mal de Parkinson.
“Esta pesquisa mostra uma relação clara entre o apêndice, ou remoção do apêndice, e doença de Parkinson, mas é, por enquanto, apenas uma associação”, diz o doutor Sheriff.
“Pesquisas adicionais são necessárias para confirmar essa conexão e entender melhor os mecanismos envolvidos.”
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