Quando Mark Hatzer recebeu o diagnóstico de que a mãe estava com Alzheimer, em dezembro de 2016, viu aquilo como um golpe.
A doença evoluiu rapidamente e Sylvia deixou de reconhecer o filho.
Mark então decidiu apostar no tratamento através de uma dieta rica em frutas vermelhas e verduras.
Será mesmo que há uma relação entre esse tipo de alimento com o combate à demência?
O filho garante que viu grandes resultados desde que começou a controlar a dieta de Sylvia, a principal delas: a mãe voltou a reconhecer o filho.
A dieta é baseada em:
- Frutas vermelhas e roxas (amora, morango, mirtilo, especialmente)
- Vegetais com folhas verdes
- Batata-doce
- Poucos alimentos processados e gordurosos
Vamos falar um pouco de cada alimento desse:
- As principais frutas consumidas pela paciente foram amora, morango e mirtilo.
- Para quem não sabe, elas fazem parte de um seleto gripo de frutas ricas flavonoides, conhecidos pelas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias.
De fato, pesquisadores afirmam que mirtilo pode ativar parte do cérebro que controla a aprendizagem e a memória, mas ainda é necessário mais estudos a respeito. - Os vegetais verdes folhosos consistiam principalmente em espinafre e couve.
- Essas folhas também contêm altos níveis de antioxidantes.
- A Alzheimer’s Society, da Inglaterra, diz que altos níveis de antioxidantes podem ajudar na proteção contra alguns dos danos causados às células cerebrais associadas à doença.
- E tem mais: uma inflamação – na forma de uma alteração química no cérebro – está associada à doença de Alzheimer e a instituição sugere alimentos ricos em antioxidantes para reduzir os prejuízos.
- Sylvia também se alimentava de cenoura e batata-doce.
- Esses vegetais cor de laranja são ricos em um antioxidante chamado betacaroteno, que, segundo alguns cientistas, pode beneficiar o cérebro e a memória.
- Os alimentos açucarados, bebidas industrializadas, frituras e fast food foram eliminados da dieta de Sylvia.
Os médicos confirmam que esses subalimentos são verdadeiros venenos à saúde.
Sue Clarke, da Alzheimer’s Society, acredita que Mark está no caminho certo: cuidar da alimentação da mãe é uma forma de aliviar os sintomas da demência.
No entanto, a doença ainda não tem cura.
Resumindo: adoção de um estilo de vida saudável pode ajudar as pessoas com demência a administrar seus sintomas, mas não há fortes evidências de que essas medidas retardem ou parem os danos subjacentes que causam a demência.
O que Sylvia está seguindo em sua dieta é muito parecido com a dieta mediterrânea, com poucos alimentos processados e gordurosos e muitas frutas e vegetais frescos.
A Alzheimer’s Research, do Reino Unido, disse que as últimas pesquisas apresentadas na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer de 2017 encontraram quatro estudos destacando os benefícios potenciais de certas dietas.
Isso inclui a dieta mediterrânea, que pode apoiar o envelhecimento saudável do cérebro e ajudar a reduzir o risco de demência.
David Reynolds, diretor científico da Alzheimer’s Research, disse que os estudos basearam-se em “evidências crescentes”, sugerindo que seguir uma dieta de estilo mediterrâneo pode trazer benefícios valiosos à saúde à medida que entramos em nossos últimos anos.
O doutor Doug Brown, diretor de pesquisa e política da Alzheimer’s Society, diz que eles ainda estão esperando por provas mais esclarecedoras a respeito da relação entra alimentos saudáveis e redução de demência.
Uma coisa é certa: a boa alimentação só traz benefícios.
Além da comida, um elemento extra no plano de Sylvia era caminhar regularmente, uma boa noite de sono e um aumento na socialização (maior contato com amigos e parentes).
Ela também fez jogos de memória e quebra-cabeças.
Essas atividades cognitivas são indispensáveis.
Segundo o doutor Brown, a demência está destinada a ser o maior mal do século XXI.
Como ainda não temos a cura, a prevenção é o segredo.